Henrique João de Barahona Fernandes

Henrique João de Barahona Fernandes formou-se em Medicina tendo desempenhado funções docentes na Faculdade de Medicina, na área da psiquiatria. Professor catedrático desde 1946, dirigiu o Hospital Júlio de Matos entre 1953 e 1958.

Personalidade muito prestigiada na sociedade portuguesa, Henrique Barahona Fernandes ascendeu a reitor da Universidade de Lisboa no final de 1974, tendo ocupado o cargo até à sua jubilação em 1977.

Barahona Fernandes teve um papel fundamental na criação do curso de Psicologia na Faculdade de Letras, que viria a estar na origem da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Enquanto reitor, preocupou-se com a democratização da Universidade. Defendia que a autonomia ganharia se desligasse o ensino de um “totalitarismo ideológico” que tendia a absorver a Universidade nos órgãos de governo, coartando a liberdade de iniciativa das escolas. Qualquer autêntica renovação, ainda que implicasse apoios estatais, só se tornaria efetiva a partir de dentro da instituição. Não se processando apenas no campo económico, esta autonomia implicava a multiplicação de novos cursos e departamentos no interior das faculdades, a renovação de programas e das técnicas pedagógicas, a possibilidade de cooperação interdisciplinar e uma maior aproximação de docentes, investigadores e alunos.