Lagarto Pintado, Festa da Criança
O Concerto Lagarto Pintado, Festa da Criança, pelos Ensemble Darcos e pelo Coro Infanto-juvenil da Universidade de Lisboa, decorre no Salão Nobre da Reitoria ULisboa, no dia 1 de junho de 2023, às 19h30 e integra o programa Música na Universidade de Lisboa .
Cancioneiro Tradicional Infantil Português com história de Sílvia Abreu
A. Delgado (n. 1965) Trio Camoniano
N. Côrte-Real (n. 1971) Cancioneiro Infantil “Lagarto Pintado”, op. 48
Diana Vaz, interpretação
Catarina Rôlo Salgueiro, concepção cénica
Erica Mandillo, maestrina do coro
Nuno Côrte-Real, direção musical
Coro Infanto-juvenil da Universidade de Lisboa
Dos versos de Luís Vaz de Camões (c.1524-c.1580) ao cancioneiro tradicional do universo infantil português parece vislumbrar-se um fosso intransponível. De um lado, a erudição clássica do poeta, mergulhado na melancolia do seu triste fado. Do outro, singelas rimas populares. Mas se em cada criança há um poeta, todos os poetas foram crianças. E nesta dupla evocação erradica um dos traços mais recorrentes da condição humana, o assomo da inocência infantil perante o difícil balanço do que se fez e ficou por fazer. Resultado de uma encomenda do Trio Pangea a Alexandre Delgado (n.1965), o Trio Camoniano viria a ser estreado na Casa da Música, Porto, a 27 de fevereiro de 2018.
O título da obra advém de cada andamento ter como subtítulo um dolente verso de Camões: 1º Com que voz chorarei meu triste fado; 2º Erros meus, má fortuna, amor ardente; 3º Memória do meu bem cortado em flores. Composto em 2015 por Nuno Côrte-Real (n. 1971), o Cancioneiro Infantil Lagarto Pintado, op.48, assume-se como uma viagem pelo imaginário musical de muitos dos ouvintes, uma pequena fábula que deriva, qual mote, dos textos das diversas melodias convocadas. Numa sucessão luxuriante de ambientes musicais elegantemente entrelaçados, surge o ostinato gaiteiro de A Caminho de Viseu vagamente barroco, e os motivos ondulante de Que Linda Falua acenam à memória o idílico trio mozartiano Soave sia il vento. Pressentem-se ecos do lirismo schubertiano, particularmente nas introduções de Josezito, Ó Oliveira da Serra e Machadinha, ao que se vem juntar a inspirada Abertura-Final.
A dar vida a esta obra, com conceção cénica de Catarina Rolo Salgueiro e implementação do projeto de Diana Vaz, encontramos o Coro Infantil da Universidade de Lisboa. Fundado em 2005 por Erica Mandillo e reconhecido, internacionalmente, pela qualidade e originalidade do trabalho que desenvolve, associando o movimento e o gesto teatral a uma vocalidade impoluta.
Entrada Livre, mediante reserva e limitada à lotação da sala.
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