Falar de alterações climáticas num contexto de crise climática é falar de alterações climáticas antropogénicas – as que derivam da ação humana. São as interferências danosas no sistema climático global com origem no ser humano que têm de ser vigiadas e limitadas, nomeadamente a emissão de gases com efeito de estufa causada pela queima de combustíveis fósseis, a desflorestação e a atividade pecuária.
Alterações Climáticas: A história, os números e os futuros possíveis do planeta
As emissões de CO2 têm sido galopantes. Desde 1991, emitimos mais CO2 para a atmosfera do que em toda a história da humanidade. E, neste século, as emissões quase duplicaram, passando de mil milhões para 1700 mil milhões de toneladas. A cada segundo, é abatida uma área de floresta do tamanho de um campo de futebol. Só em 2021, perderam-se 25,3 milhões de hectares de cobertura arbórea em todo o mundo. O degelo no Ártico tem também aumentado a um ritmo alarmante. É a zona do planeta que mais tem aquecido, tendo perdido, entre 1979 e 2021, o equivalente a seis vezes o tamanho da Alemanha, de acordo com o serviço de Monitorização do Meio Marinho do programa Copernicus. Se condensarmos os 4,5 mil milhões de anos da história do planeta Terra num só dia (24 horas), o Homo sapiens surgiu apenas nos últimos seis segundos. Desde a década de 1950, ou seja, nos últimos 1,3 milionésimos de segundo, os seres humanos destruíram um quarto das florestas tropicais, acrescentaram cinco mil milhões de pessoas ao planeta e despejaram 4,4 mil triliões de toneladas de CO2 na atmosfera. O clima altera-se pela ação dos seres humanos e os números falam por si.
Os cenários são preocupantes e há uma pergunta que se impõe: o que ainda vamos a tempo de fazer e como?
Falámos com Ricardo Trigo e Pedro Matos Soares, dois cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa que têm dedicado grande parte das suas carreiras ao estudo do clima e das alterações climáticas, e com Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, uma voz sempre presente no discurso público em torno deste tema.
Leia o artigo completo na Revista da ULisboa n.º 29, pp. 8-15.
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