Nuno Pessoa Barradas foi o único português agraciado pelo Serviço Excecional na Missão de Apoio e Assistência à Ucrânia, que realizou numa das centrais nucleares em zona de conflito.
Investigador do Instituto Superior Técnico distinguido pela Agência Internacional de Energia Atómica
Nuno Pessoa Barradas, investigador do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, foi distinguido este ano pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) pelos serviços excecionais prestados durante a Missão de Apoio e Assistência à Ucrânia, numa das suas centrais nucleares. O objetivo da missão passou por ajudar a garantir a segurança nuclear e a proteção de todas as centrais nucleares da Ucrânia durante o conflito militar em curso.
O investigador ofereceu-se como voluntário para essa missão, que durou cerca de quatro semanas, tendo integrado a estrutura da AIEA, como funcionário do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares, entre 2017 e fevereiro deste ano. Foi o único português a receber esta distinção. Após a missão, regressou ao Instituto Superior Técnico para retomar a sua atividade de investigação, integrando também o Conselho de Gestão do polo de Loures.
No seu currículo de investigação no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, Nuno Pessoa Barradas conta com vasta experiência na equipa de operação do Reator Português de Investigação, onde fazia os cálculos de segurança e apoio à operação do reator e era supervisor do reator. “Foi esta experiência que me permitiu vencer um concurso internacional para entrar na AIEA como especialista em Reatores de Investigação, e que também me deu confiança para me oferecer como voluntário para a missão, uma vez que tinha alguma familiaridade e conhecimento de reatores nucleares, apesar de uma central nuclear ter uma dimensão muito maior que um reator de Investigação”, explica.
“Contribuir para aquela que deve ter sido uma das missões mais importantes de sempre da AIEA foi, sem dúvida, uma das melhores coisas que fiz na minha vida”, descreve o investigador. “As condições de vida eram boas, apesar dos frequentes alarmes de ataques aéreos, e não houve apagões prolongados nem ataques perto da central enquanto eu lá estive”, recorda. “As pessoas são pessoas em todo o lado, com famílias, vidas interrompidas e futuros incertos. Toda a gente é afetada”, complementa.
Fonte: Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa
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