No Dia Internacional da Mulher, fomos conhecer melhor a história da cientista que está a combater a malária no mundo e que é hoje, Diretora do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa.
Maria Manuel Mota: "É muito importante que, como mulher, consiga contribuir para que a sociedade seja uma sociedade mais justa"
Maria Manuel Mota licenciou-se em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. “Não sei dizer exatamente o momento-chave em que decidi tornar-me Cientista. Acho que foi um processo porque eu era uma miúda bastante curiosa”. A Diretora do IMM ainda se lembra bem do dia em que viu, pela primeira vez, uma casca de cebola no microscópio e teve de elaborar um relatório para a disciplina de Ciências Naturais, “desde esse momento eu soube que gostava mesmo disto”.
Decidiu ingressar no Mestrado em Imunologia e, ao conviver com Cientistas, percebeu que queria ser um deles. “Eu via o entusiasmo deles e eu queria ter aquele entusiasmo, queria descobrir coisas novas, ver coisas pela primeira vez. Eu acho que isso sempre esteve na minha cabeça e ainda hoje é isso que me entusiasma em ser Cientista”.
Para Maria Manuel Mota, a Sociedade está cada vez mais desperta para a Ciência. No entanto, é também essencial que a Sociedade tenha conhecimento para que possa decidir de forma clara e consciente.
Em relação aos grandes desafios, a Cientista não hesita em responder que o primeiro grande desafio é encontrar a pergunta certa. “O lema do IMM é mesmo «à procura de perguntas», e muitas vezes somos criticados porque as pessoas não entendem a razão deste lema. Na verdade estamos à procura da pergunta certa e isso é algo que nós treinamos.” Para Maria Manuel Mota a Universidade tem um papel importante neste processo de encontrar problemas, questioná-los e apresentar soluções. “Procurar a pergunta certa é, no fundo, um treino que é fantástico para qualquer parte da sociedade.”
Quando questionada sobre se a sociedade está realmente a evoluir no que concerne à igualdade de género, Maria Manuel Mota é clara: “a sociedade está a evoluir na direção certa mas, muitas vezes, a passos de caracol. Temos consciência que no mundo global há passos mais lentos ou menos lentos. Um deles é a violência doméstica que, embora as mulheres sofram muito mais do que os homens, é um problema gravíssimo que não deveria ser admissível na sociedade.” Adianta também que o número de mulheres em cargos de liderança deveria ser reforçado “pois as mulheres representam cerca de 50% da população não sendo uma minoria e a sua voz muitas vezes não é ouvida. Isto é muito preocupante.”
Sobre ser mulher em 2020, a Cientista responde de sorriso no rosto que “para mim é muito importante que, como mulher, consiga contribuir para que a sociedade seja uma sociedade mais justa.”
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