A Universidade de Lisboa, sob proposta da Faculdade de Letras , atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa a Alfred Brendel.
ULisboa atribui Doutoramento Honoris Causa a Alfred Brendel
A cerimónia de atribuição do título de Doutor Honoris Causa a Alfred Brendel decorreu no dia 20 de abril de 2022, no Salão Nobre da Universidade de Lisboa na qual se ouviu o elogio a Alfred Brendel, pelo Diretor da Faculdade de Letras, Professor Miguel Tamen bem como a imposição das insígnias pelo Reitor da Universidade de Lisboa, Professor Luís Ferreira. A sessão contou ainda com um momento musical com obras de Mozart e Liszt interpretadas pelo pianista Filipe Pinto Ribeiro.
Alfred Brendel, KBE (hon.), nasceu em 1931 em Wizemberk, hoje na República Checa e vive desde 1971 em Londres. Estudou piano e composição em Zagreb e Graz, e teve aulas com os pianistas Edwin Fischer, Paul Baumgartner e Eduard Steuermann. Nos últimos 60 anos desenvolveu uma longa carreira internacional de pianista. São particularmente aclamadas as suas interpretações de Mozart, Haydn, Beethoven e Schubert. Contribuiu decisivamente para a redescoberta das sonatas para piano de Schubert e para a inclusão de obras de Schoenberg no cânone pianístico; mas dedicou a sua atenção também a Schumann, Liszt, Brahms e Busoni. Acompanhou ainda grandes cantores como Hermann Prey, Dietrich Fischer-Dieskau e Matthias Goerne. Despediu-se dos palcos em finais de 2008, com a Orquestra Filarmónica de Viena.
Alfred Brendel é igualmente um escritor prolífico: poeta, crítico, e ensaísta. Os seus escritos revelam um leque de interesses frequentemente extra-musical: escreveu sobre igrejas românicas, arquitectura barroca, Dada, Shakespeare, poesia nonsense, e Edward Gorey. Escreveu para a New York Review of Books, é autor de dois livros de poesia (Fingerzeig, 1996; e Cursing Bagels, 2004, coligidos em Playing the Human Game, 2010) e de várias colectâneas de ensaios, mais notavelmente a edição recente e mais completa de Music, Sense and Nonsense (2017), A Pianist’s A-Z (2013), a longa entrevista com Martin Meyer The Veil of Order (2017) e ainda de The Lady From Arezzo (2020).
Alfred Brendel foi objecto de inúmeras distinções e graus honoris causa, nomeadamente de muitas universidades e conservatórios, entre os quais Londres, Cambridge, University College Dublin, Royal College of Music, Oxford, New England Conservatory, McGill, Julliard School of Music e Yale. É um exemplo de uma pessoa em quem se combinam interesses musicais com muitos outros interesses intelectuais, ideias próprias e conhecimento profundo de muitas tradições diferentes; um exemplo do melhor que as Humanidades podem dar e podem revelar.
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