Prelúdio e Transfiguração de Tristão e Isolda
O Concerto "Prelúdio e Transfiguração de Tristão e Isolda", integrando o ciclo Europa Sinfónica – Pilsen Philharmonic Orchestra, da Temporada Darcos, tem lugar na Aula Magna da Universidade de Lisboa, no dia 22 de março de 2024, às 21h, e integra o programa Música na Universidade de Lisboa .
Entrada Livre, limitada à lotação do espaço.
Programa - Folha de Sala
N. Côrte-Real (n. 1971)
Três poemas de Mário de Sá Carneiro, op.69
I. A Inegualável
II. A Sala do Castelo
III. Fim
R. Wagner (1813 – 1883)
Prelúdio e Transfiguração (da ópera Tristão e Isolda)
I. Prelúdio
II. Transfiguração de Isolda
pausa
R. Schumann (1810 – 1856)
Sinfonia Nº 4, em Ré menor, op. 120
I. Andante con moto - Allegro di molto
II. Romanza: Andante
III. Scherzo: Presto
IV. Largo - Finale: Allegro vivace
Dora Rodrigues, soprano
Nuno Côrte-Real, direção musical
Pilsen Philharmonic Orchestra
Sinopse
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) representa a transição entre o simbolismo e a vanguarda, modernizando a lírica portuguesa. Em escassos anos, entre 1912 e 1916, explorou novos modelos e estéticas, navegando sempre ao sabor de um dualismo que o atormentava. A sua capacidade imagética e linguagem metafórica fora do comum, a sublimação dos instintos depressivos em pungente catarse, causou estranheza valendo-lhe ser considerado louco pela crítica de então. Três poemas de Mário de Sá-Carneiro, op.69, (2022) de Nuno Côrte-Real (1971) foram compostos em 2022, a propósito da Temporada Cruzada Portugal-França 2022.
Composta entre 1857 e 1859, após a leitura de O Mundo como Vontade e Representação (1819) de Arthur Schopenhauer (1788-1860), em que a Arte é apresentada como alívio ao sofrimento natural do Homem, a ópera Tristão e Isolda de Richard Wagner (1813-1883) é considerada como o prenúncio da modernidade musical do século XX. Descrito por Ernst Bloch (1885-1977) como exprimindo “o que ainda está mudo no ser humano”, o Prelúdio inicial parte de um motivo pergunta-resposta, num crescendo arrebatador. O amor proibido, a paixão irrefreável, a impossibilidade de concretizar a felicidade, transfiguram-se em encadeamentos cromáticos, levando o sistema tonal ao limite num aparente esgotamento dos recursos harmónicos. Na cena final da ópera, a Transfiguração de Isolda, a Liebestod [Morte por Amor], a tensão própria da paixão trágica atinge o êxtase musical, numa expectativa da resolução das dissonâncias constantemente adiada por um crescendo metafísico.
Obra maior do repertório sinfónico romântico europeu, a Sinfonia n.º 4, em Ré menor, op.120, de Robert Schumann (1810-1856), estreou em 1841, com o título Fantasia Sinfónica. Seria profusamente revista em 1851, refletindo um período emocional particularmente intenso da vida do compositor, vindo a ser estreada em 1853. Ao contrário do cânone, cada um dos quatro andamentos sucedem-se sem interrupção, uma narrativa musical povoada de humores contrastantes, motivos melódico-harmónicos que vão circulando por toda a sinfonia. Convocando múltiplas texturas, Schumann idealiza uma orquestração múltipla de matizes, numa jornada emocional tremenda, em que o rigor apolíneo e o êxtase dionisíaco se unem vorazmente até ao clímax final.
Consulte aqui o programa da Temporada Fev-Jun 23/24 da Música na Universidade de Lisboa.
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