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Investigação e Desenvolvimento

Equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico premiada pela Agência da União Europeia para o Programa Espacial

A ideia desenvolvida por dois cientistas do Laboratório de Robótica e Sistemas de Engenharia (LARSyS) do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa foi distinguida na primeira fase do concurso “ myEUspace ”.

Tractor em trabalho num campo cultivado em perspectiva

E se os agricultores pudessem tirar com um vulgar telemóvel uma fotografia da sua exploração e obter instantaneamente estimativas da qualidade dos seus solos e produtividade das suas culturas? A ideia é de dois investigadores do Laboratório de Robótica e Sistemas de Engenharia (LARSyS) do Instituto Superior Técnico, Ricardo Teixeira e Tiago Morais, e foi premiada pela Agência da União Europeia para o Programa Espacial (EUSPA) na primeira fase do concurso “myEUspace”. Nesta primeira etapa do concurso foram escolhidas ideias inovadoras que serão agora apoiadas tendo em vista o desenvolvimento de um protótipo e uma validação com clientes.

A utilização de telemóveis como instrumento de trabalho é já tão essencial a muitas profissões como a utilização de papel e lápis. Na agricultura, no entanto, o telemóvel ainda não é uma ferramenta de trabalho. Existem múltiplas aplicações que usam dados de satélite para informar os agricultores sobre a produção das culturas ou para otimizar a água da rega, mas essas aplicações quando têm uma versão para telemóvel são apenas uma versão de uma ferramenta informática complexa e de difícil interpretação. Não existem ferramentas que usem os telemóveis para recolha de dados e visualização imediata de resultados.

A ideia premiada, designada por “VirtuaCrop”, irá utilizar tecnologias de realidade aumentada, popularizadas pelo jogo “Pokemon Go”, para fornecer aos agricultores informação sobre as suas explorações em tempo real, como por exemplo dados de matéria orgânica no solo ou estado nutricional do solo. Para isso, o agricultor apenas terá que apontar o telemóvel ou tirar uma fotografia da área que pretende analisar. Ao fazê-lo são aplicados algoritmos de aprendizagem automática desenvolvidos a partir de dados de satélite, produtos desenvolvidos na União Europeia, que fornecerão uma estimativa adaptada à exploração que utiliza as cores da própria foto para ajudar à estimação. Os resultados são calculados na cloud e mostrados no próprio visor do telemóvel ao agricultor.

O projeto português agora premiado candidatou-se na Variante 1: da ideia à validação do protótipo / cliente, e na categoria “Farming By Satellite”: soluções tecnológicas que gerem a produção agrícola, melhoram as colheitas, reduzem o impacto ambiental e otimizam a cadeia alimentar. Foram escolhidas na Fase 1 um total de 4 ideias vencedoras por categoria, tendo as ideias sido avaliadas mediante a inovação, potencial de mercado, viabilidade, relevância espacial da UE e capacidade operacional. A equipa conquistou um prémio monetário no valor de 10 mil euros para apoiar o desenvolvimento do protótipo. O prémio final após avaliação dos protótipos, a fase 2, será de 25 mil euros e apenas uma equipa será distinguida em cada categoria.

O protótipo será apresentado no final de abril e avaliado na segunda fase do concurso. O “VirtuaCrop” poderá mesmo vir a ser o vencedor global do concurso na categoria de agricultura, arrecadando um dos galardões que serão entregues a 1 de junho em Praga.

Muitos setores da economia europeia dependem da tecnologia espacial disponibilizada pelo Sistema Global de Navegação por Satélite da Europa, Galileo, bem como pelo Programa Europeu de Observação da Terra, Copernicus, que ajudam a compreender melhor como e de que forma o nosso planeta está a mudar e como isso pode influenciar a nossa vida quotidiana. Neste contexto, a EUSPA, lançou o concurso “myEUspace”, de forma a incentivar o empreendedorismo da UE e a criação de negócios, que promovam o desenvolvimento de soluções, produtos ou serviços inovadores baseados em tecnologia espacial.

O objetivo do concurso é apoiar o desenvolvimento de soluções comerciais inovadoras, como aplicações móveis ou soluções baseadas em hardware (robótica), que beneficiam dos programas espaciais Galileo e / ou Copernicus.

Fonte: Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa

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