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Prémios

Investigadoras da ULisboa recebem Prix Tremplin Mariano Gago

O Prix Tremplin Mariano Gago tem o objetivo de distinguir e aprofundar a cooperação científica existente entre grupos franceses e portugueses. Na sua primeira edição, este galardão distingue dois projetos da Universidade de Lisboa.

Prix Tremplin Mariano Gago

Inserido no âmbito da temporada França-Portugal, organizada sob a égide do Ministério da Europa e Negócios Estrangeiros francês, do Ministério da Cultura francês, do Instituto Português Camões (Instituto da Cooperação e da Língua) e do Português GEPAC (Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Cultural), este prémio recebeu 59 candidaturas, 31 delas avaliadas com o critério mais alto, sendo atribuído o prémio a quatro projetos.

A temporada França-Portugal 2022 é uma oportunidade para destacar muitos eventos que marcam a cooperação entre os nossos dois países, incluindo vários na área do Ensino Superior e da Investigação. Neste contexto, o Prix Tremplin Mariano Gago é um prémio científico que distingue a cooperação existente entre equipas francesas e equipas portuguesas, oferecendo-lhes a oportunidade de a aprofundar nos anos seguintes. Os prémios atribuídos em 2022 abrangem diversas disciplinas científicas.

Os dois projetos da Universidade de Lisboa distinguidos com este prémio foram:
"The effect of competition and symbionts on virulence of a plant parasite" é o projeto coordenado por Alison Ducan e Sara Magalhães (Institut des Sciences de l’Evolution CNRS, Montpellier e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa); e "NanoXIMAGES", coordenado por Hamed Merdji e Marta Fajardo (École Polytechnique e Departamento de Física, Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa).

O projeto "NanoXIMAGES" tem uma aplicação prática na área das nanotecnologias — tecnologias em que existe a manipulação da matéria à escala atómica e molecular, para criar novos materiais e processos — e tem como objetivo conseguir provar que é possível reconstruir uma imagem de Raios-X de um objeto através de um processo com luz incoerente. O principal benefício desta técnica é abrir novas perspetivas em laboratório “porque para fazer estas imagens com luz coerente era preciso ir para infraestruturas gigantes, mas se se consegue fazer com luz incoerente é muito mais compacto. Conseguimos construir um microscópio que consegue ser usado em qualquer laboratório sem ter de mobilizar, por exemplo, uma equipa de três cientistas e utilizar uma máquina de grandes dimensões,” esclarece a investigadora do Instituto Superior Técnico, Marta Fajardo.

Para Sara Magalhães, coordenadora do projeto “O efeito da competição e simbiose na virulência de um parasita de plantas", Professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), esta distinção é muito prestigiante: “Desde a Sociologia à Física Quântica, só houve quatro grupos portugueses e franceses a serem distinguidos com este prémio!”. A cientista portuguesa refere ainda que o prémio também simboliza uma homenagem a Isabelle Olivieri (1957–2016), com quem começou a trabalhar em 2004, e que orientou o seu pós-doutoramento, no ISEM/CNRS/UM e que consistiu em estudar a evolução e plasticidade fenotípica dos ácaros, nomeadamente a relação de um ácaro com a(s) planta(s). “Estou muito feliz com este prémio. Esta colaboração com o grupo francês faz parte da minha história. Parte de mim está em Montpellier e isto acontece agora porque houve esse momento anterior. É por isso uma homenagem à Isabelle e à forma como nos ‘criou’: para a Isabelle como para nós, os seus descendentes, a ciência é uma atividade colaborativa, e devemos evitar estar em competição uns com os outros, o importante é trabalharmos com pessoas de quem gostamos para juntos irmos mais longe. Para mim este prémio é uma valorização desse espírito”, conta.

Nesta edição, o júri selecionou quatro projetos, sendo os restantes dois: "Metal-based contrast agents for specific visualisation of biomarkers in Magnetic Resonance Imaging", coordenados por Eva Jakab Toth e Mariette Pereira (Centre de Biophysique Moléculaire CNRS, Orléans e Universidade de Coimbra); e "Secretomic fingerprint as Parkinson's disease early biomarker", coordenado por Thierry Galli e Nuno Raimundo (Institut de Psychiatrie et Neurosciences de Paris, INSERM e Universidade de Coimbra).

Os projetos foram selecionados por um júri internacional coordenado pelo MESRI, a Academia Francesa de Ciências e a Academia de Ciências de Lisboa, composto por cientistas franceses e portugueses.

A cerimónia de entrega dos prémios acontece no próximo dia 21 de junho, na Academia de Ciências francesa, em Paris, no âmbito da Temporada Portugal França 2022.

Fonte: Prix Tremplin Mariano Gago; Instituto Superior TécnicoFaculdade de Ciências

 

 

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