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Cultura e Lazer

Lançamento do Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos

Decorreu no dia 5 de março, na Fundação Calouste Gulbenkian , o lançamento do livro Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos, de David Eltis e David Richardson, um livro editado pela Imprensa da Universidade de Lisboa que reúne 189 mapas que ilustram mais de 30 000 viagens de navios negreiros realizadas ao longo de 366 anos de escravatura.

Lançamento do Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos

A apresentação do livro foi conduzida por David Eltis, um dos autores, numa sessão moderada por José da Silva Horta.

O Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, e o Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, António M. Feijó, realçaram a importância da publicação desta obra em Portugal, elogiando David Eltis pelo seu empenho na investigação e na recolha de dados sobre aquele que é considerado um dos maiores crimes contra a humanidade.

Para compreender a magnitude desumana da escravatura, os autores de Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos reuniram neste volume 189 mapas que ilustram mais de 30.000 viagens de navios negreiros rigorosamente documentadas. As setas dos mapas ligam pontos de partida e pontos de chegada e as tabelas que os acompanham traçam uma estimativa do número real de escravos transportados. Estima-se que, ao longo de 366 anos ininterruptos de escravatura, desde 1501 até 1867, tenham sido retirados de África 12,5 milhões de pessoas, numa das maiores migrações forçadas da história.

A principal fonte deste Atlas é o banco de dados do portal www.slavevoyages.org, que regista cerca de 35 000 viagens transatlânticas de navios negreiros.

«Como este livro demonstra em pormenores impressionantes, os portos de embarque e desembarque eram às centenas. Num sentido importante, a história e o significado do comércio atlântico de escravos estão ligados à geografia, portanto, à mistura e colisão de povos, culturas e imperativos económicos, encontros impulsionados pela ganância, império, correntes oceânicas e desejo de converter os corpos dos seres humanos em culturas comerciais. O poder, até a beleza, dos mapas deste livro oculta o horror do comércio, mesmo quando elucidam as suas fontes, os seus destinos, o seu escopo: a implacável e surpreendente conquista de tempo e espaço na água e na terra.» do Posfácio de David W. Blight.

Mais informações

 

Fotografias: Ana Valdeira | Universidade de Lisboa

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